O homem é rancoroso e colérico, reune todas as condições para isso…mesmo em que está a pensar! Dê-lhe espaço e vai ver o que nunca viu, ou o que não vê há 32 anos! Este personagem fez-se rodear por uma série de títeres, que o ajudarão a concretizar os seus planos: transformar esta aldeia num pantanal tenebroso e «acagufado»!
Acho que a melhor maneira de nos livrarmos dele, deste personagem fantasmagórico, seria convidar-mo-lo a tomar um pouco de sicuta. Deste modo, salvaríamos a nossa aldeia e as suas gentes de algo que repudiámos há muito tempo atrás!
Em cada dia que passa, estou mais triste com a minha aldeia, pois os cegos aumentam, cada vez mais encharcados em «sabedoria», o que aumenta a sua cegueira, e não vislumbro uma saída mais ou menos airosa para a terra em que nasci.
«Todos» se acham Doutores, especialistas em tudo, até mesmo os que mal sabem ler! Quem será capaz de salvar a minha aldeia, que é tão bonitinha e que não merecia tal tratamento?!
Na minha aldeia existe uma «piscina» - a chamada piscina da «Joana» -, onde toda a gente é «convidada» a banhar-se, sobretudo nos dias mais quentes do ano: velhos, velhas, menos velhos, mais velhos, todos aproveitam para pôr de molho as suas calosidades e não só. Puseram lá dois chuveiros, mas ninguém compreende a razão da sua existência: alguns, e não são poucos, ignoram-nos pura e simplesmente; outros pensam que é para lavar as mãos (já tenho visto lá alguns a fazerem-no). É verdade que puseram lá algumas informações, mas como a rapaziada não sabe ler, aquelas não lhes valem de nada. Também não há problema nenhum, pois é tudo gente que anda bem lavadinha - pelo menos enquanto está dentro da piscina. O pessoal diverte-se à brava: come-se, bebe-se, joga-se à bola, bate-se com a bola na cara uns dos outros, enfim, a piscina da «Joana» é o divertimento da minha aldeia nos dias de maior canícula.
O tempo passa e a vontade de escrever alguma coisa é cada vez menos. Na verdade, a minha aldeia, neste momento, é pouco inspiradora. Assim sendo, vou continuar em hibernação.
Terminei a hibernação neste momento, mas assustei-me tanto com o que vi e ouvi, que vou imediatamente de férias. Saio da minha aldeia durante quinze dias e depois logo se vê o que vai dar. Mesmo que seja mais do mesmo, creio que vai ser mais fácil de suportar, pois o homem é um «animal de hábitos» por muito que não queira (ser animal). Sendo assim, até ao meu regresso, mesmo que seja para não dizer nada, o que não é fácil.
Esta podridão varre todos os sectores da sociedade: educação, justiça, economia…enfim, a minha aldeia está a passar por momentos muito difíceis e não se vislumbra, minimamente, qualquer saída, mais ou menos airosa, para um futuro próximo e sorridente, sobretudo para os mais jovens.
O grande Circo Quadrienal chegou novamente à minha aldeia. Palhações, palhaços, palhacinhos e palhaçotes, envolvidos pelo ambiente circense, tudo fazem para divertir o pagode que, pese embora o alto preço a pagar, se diverte à grande e à portuguesa. O «Palhaço mor» e o «Palhaço dos palhaços» distribuem as tarefas aos palhaços, palhacinhos e palhaçotes, para que estes, puxando pela sua palhacice, façam rir até às lágrimas o povo que só tem vontade de chorar. Mais de 60% dos aldeões já não vão ao circo, pois não acreditam que os palhaços voltem a fazê-los rir. Será que hoje já não há palhaços capazes de fazer os aldeões rir, como há uns tempos atrás? Só haverá palhaços ricos? A riqueza embotará os espíritos? Bom, a primeira parte do espectáculo acabou, os aldeões vão refrescar-se, os palhaços vão descansar e rebuscar nas suas pobres mentes novas forças para a segunda parte. Alguns palhaços serão subtituídos, pois a reforma dourada já está à sua espera. Voltaremos para o resto da palhaçada.
Para já, o «Palhaço dos palhaços», conhecido pelos aldeões como «O Mentiroso», resolveu convocar todos os palhacinhos, os que lhe são mais próximos, para analisarem a sua actuação circense que não agradou nada ao pessoal, e traçarem na altura uma nova estratégia para levarem ao circo, novamente, a rapazeada da aldeia. Será que vão conseguir?
Bonjour,
Je suis Professeur à la retraite, du signe Scorpion, un homme qui aime beaucoup la famille, les amis et la vie!
J'ai fait mes études au Portugal (Maîtrise) et en France (Doctorat) avec la mention de Très Honorable.
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O homem é rancoroso e colérico, reune todas as condições para isso…mesmo em que está a pensar! Dê-lhe espaço e vai ver o que nunca viu, ou o que não vê há 32 anos! Este personagem fez-se rodear por uma série de títeres, que o ajudarão a concretizar os seus planos: transformar esta aldeia num pantanal tenebroso e «acagufado»!
Acho que a melhor maneira de nos livrarmos dele, deste personagem fantasmagórico, seria convidar-mo-lo a tomar um pouco de sicuta. Deste modo, salvaríamos a nossa aldeia e as suas gentes de algo que repudiámos há muito tempo atrás!
Em cada dia que passa, estou mais triste com a minha aldeia, pois os cegos aumentam, cada vez mais encharcados em «sabedoria», o que aumenta a sua cegueira, e não vislumbro uma saída mais ou menos airosa para a terra em que nasci.
«Todos» se acham Doutores, especialistas em tudo, até mesmo os que mal sabem ler! Quem será capaz de salvar a minha aldeia, que é tão bonitinha e que não merecia tal tratamento?!
Na minha aldeia existe uma «piscina» - a chamada piscina da «Joana» -, onde toda a gente é «convidada» a banhar-se, sobretudo nos dias mais quentes do ano: velhos, velhas, menos velhos, mais velhos, todos aproveitam para pôr de molho as suas calosidades e não só.
Puseram lá dois chuveiros, mas ninguém compreende a razão da sua existência: alguns, e não são poucos, ignoram-nos pura e simplesmente; outros pensam que é para lavar as mãos (já tenho visto lá alguns a fazerem-no). É verdade que puseram lá algumas informações, mas como a rapaziada não sabe ler, aquelas não lhes valem de nada. Também não há problema nenhum, pois é tudo gente que anda bem lavadinha - pelo menos enquanto está dentro da piscina. O pessoal diverte-se à brava: come-se, bebe-se, joga-se à bola, bate-se com a bola na cara uns dos outros, enfim, a piscina da «Joana» é o divertimento da minha aldeia nos dias de maior canícula.
O tempo passa e a vontade de escrever alguma coisa é cada vez menos. Na verdade, a minha aldeia, neste momento, é pouco inspiradora. Assim sendo, vou continuar em hibernação.
Terminei a hibernação neste momento, mas assustei-me tanto com o que vi e ouvi, que vou imediatamente de férias. Saio da minha aldeia durante quinze dias e depois logo se vê o que vai dar. Mesmo que seja mais do mesmo, creio que vai ser mais fácil de suportar, pois o homem é um «animal de hábitos» por muito que não queira (ser animal). Sendo assim, até ao meu regresso, mesmo que seja para não dizer nada, o que não é fácil.
Afinal, não é muito difícil dizer nada: NADA! Bom, sempre direi alguma coisa: que PODRIDÃO varre a minha aldeia!
Esta podridão varre todos os sectores da sociedade: educação, justiça, economia…enfim, a minha aldeia está a passar por momentos muito difíceis e não se vislumbra, minimamente, qualquer saída, mais ou menos airosa, para um futuro próximo e sorridente, sobretudo para os mais jovens.
O grande Circo Quadrienal chegou novamente à minha aldeia. Palhações, palhaços, palhacinhos e palhaçotes, envolvidos pelo ambiente circense, tudo fazem para divertir o pagode que, pese embora o alto preço a pagar, se diverte à grande e à portuguesa. O «Palhaço mor» e o «Palhaço dos palhaços» distribuem as tarefas aos palhaços, palhacinhos e palhaçotes, para que estes, puxando pela sua palhacice, façam rir até às lágrimas o povo que só tem vontade de chorar.
Mais de 60% dos aldeões já não vão ao circo, pois não acreditam que os palhaços voltem a fazê-los rir. Será que hoje já não há palhaços capazes de fazer os aldeões rir, como há uns tempos atrás? Só haverá palhaços ricos? A riqueza embotará os espíritos? Bom, a primeira parte do espectáculo acabou, os aldeões vão refrescar-se, os palhaços vão descansar e rebuscar nas suas pobres mentes novas forças para a segunda parte. Alguns palhaços serão subtituídos, pois a reforma dourada já está à sua espera. Voltaremos para o resto da palhaçada.
Para já, o «Palhaço dos palhaços», conhecido pelos aldeões como «O Mentiroso», resolveu convocar todos os palhacinhos, os que lhe são mais próximos, para analisarem a sua actuação circense que não agradou nada ao pessoal, e traçarem na altura uma nova estratégia para levarem ao circo, novamente, a rapazeada da aldeia. Será que vão conseguir?
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